ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 18-12-2013.

 


Aos dezoito dias do mês de dezembro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Paulo Brum, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Derly, Luiza Neves, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 368/13 (Processo nº 3304/13), de autoria do vereador Airto Ferronato; o Projeto de Resolução nº 042/13 (Processo nº 2853/13), de autoria do vereador Alberto Kopittke; o Projeto de Lei do Legislativo nº 367/13 (Processo nº 3303/13), de autoria do vereador Delegado Cleiton; o Projeto de Lei do Legislativo nº 371/13 (Processo nº 3341/13), de autoria do vereador Elizandro Sabino; o Projeto de Lei do Legislativo nº 378/13 (Processo nº 3399/13), de autoria do vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 366/13 (Processo nº 3302/13), de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa; o Projeto de Lei do Legislativo nº 364/133 (Processo nº 3292/13), de autoria da vereadora Mônica Leal; e o Projeto de Resolução nº 061/13 (Processo nº 3475/13), de autoria do vereador Paulinho Motorista. Também, foi apregoado o Ofício nº 1527/13, do senhor Prefeito, encaminhando Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo nº 008/13 (Processo nº 0776/13). Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Centésima Segunda, Centésima Terceira, Centésima Quarta, Centésima Quinta, Centésima Sexta, Centésima Sétima, Centésima Oitava, Centésima Nona e Centésima Décima Sessões Ordinárias e da Vigésima Primeira, Vigésima Segunda, Vigésima Terceira, Vigésima Quarta, Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima e Vigésima Oitava Sessões Solenes. Após, por solicitação do vereador Professor Garcia, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Ricardo Machado, falecido no dia dezesseis de dezembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro e Idenir Cecchim. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezessete horas e cinquenta e três minutos. Às dezessete horas e cinquenta e oito minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Renovação de Votação, foi rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 200/13 (Processo nº 1882/13), por oito votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Séfora Mota, Marcelo Sgarbossa, Lourdes Sprenger, Delegado Cleiton, Any Ortiz, Clàudio Janta e Jussara Cony, em votação nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Professor Garcia e Reginaldo Pujol e Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Paulo Brum, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. A seguir, foram apregoadas as seguintes Emendas: nº 01, de autoria do vereador Engº Comassetto, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 046/13 (Processo nº 3245/13); nº 03, de autoria do vereador Engº Comassetto, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/13 (Processo nº 3425/13); nos 01 e 02, de autoria do vereador Clàudio Janta, Líder da Bancada do SDD, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 018/13 (Processo nº 0517/13); nº 07, de autoria do vereador Clàudio Janta, Líder da Bancada do SDD, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/13 (Processo nº 2599/13); nº 39, de autoria do vereador Clàudio Janta, Líder da Bancada do SDD, ao Projeto de Lei do Executivo nº 008/13 (Processo nº 0776/13); nº 03, de autoria do vereador Delegado Cleiton, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/13 (Processo nº 2495/13); e nos 08 e 09, de autoria da vereadora Jussara Cony, Líder da Bancada do PCdoB, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/13. Ainda, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do vereador Márcio Bins Ely, Líder da Bancada do PDT, à Emenda nº 28 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 008/13. Na ocasião, foram aprovados Requerimentos de autoria da vereadora Sofia Cavedon, solicitando que a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 046/13 e a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/13 fossem dispensadas do envio para apreciação de Comissões Permanentes. Em continuidade, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de autoria do vereador João Derly e da vereadora Jussara Cony, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 299/13 (Processo nº 1883/13); e de autoria do vereador Dr. Thiago, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/13. Durante a Sessão, os vereadores Reginaldo Pujol, Mônica Leal, Elizandro Sabino e João Derly manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e quarenta e três minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Dr. Thiago e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Professor Garcia, futuro Presidente da Casa, está com a palavra.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Ricardo Machado, proprietário do Bar do Ricardo, superconhecido na cidade de Porto Alegre. Entendo que o samba perdeu, na última segunda-feira, um dos seus maiores incentivadores. Todos aqui, tenho certeza, conheciam o Bar do Ricardo, ali junto ao Partenon.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Dr. Thiago, Presidente desta Casa; Vereadoras, Vereadores; povo que nos assiste das galerias e pela TVCâmara, venho hoje aqui, Presidente, para dizer que começo a ficar preocupado com a nossa Cidade. Preocupado, Ver. Tarciso, pela forma com que ela tem sido conduzida pelo nosso Prefeito Municipal. A nossa Cidade tem grandes problemas de gestão e também de corrupção, e o grande problema que eu vejo é que o Prefeito Fortunati não toma a postura que deveria tomar, Ver. Dr. Thiago. Nós temos alguns Secretários que já passaram dos limites, que já cometeram falhas graves de gestão. A corrupção está praticamente aos olhos de todos, e o nosso Prefeito Municipal, Ver. Cecchim, não toma a posição de chamar esses Secretários e substituí-los. Dou como exemplo o Secretário de Saúde, Secretário Casartelli, que já foi alvo de inúmeras denúncias. Ele foi chamado até mesmo por esta Casa e, aqui neste Plenário, ele foi cobrado; não conseguiu se explicar. Hoje mesmo, na televisão, no programa da Record, ele está sendo cobrado porque inúmeros preservativos foram mal-acondicionados e talvez não sirvam para mais nada. Hoje, também nesta CPI, Ver. Clàudio Janta, tivemos a presença do proprietário da empresa GSH, do sistema Aghos, sistema este que veio de graça para o Município! Pagamos só a customização, que custou R$ 5 milhões! Mas o sistema foi de graça, só se pagou a customização. Quando nós aqui perguntávamos a ele a respeito da Secretaria da Saúde, se ele ajudou na campanha, o que o proprietário da empresa disse? “Não! Ajudar, ajudar, não! Mas o Secretário Casartelli usou o nosso auditório na campanha por duas vezes! Depois eu também comprei um ingresso para ir a uma festa VIP por mil reais”. Segundo o próprio Ver. Janta, nem um, nem o outro está na sua prestação de contas.

E o que espera o Prefeito Municipal para tomar uma posição quanto a este Secretário, que é contestado por todos neste Município, Ver. Dr. Thiago? E quanto aos outros Secretários? O Secretário Urbano Schmitt já foi, por este Vereador, levado a uma representação no Ministério Público, que foi aceita, e existe uma ação, confirmada aqui na CPI, de pessoas da Procempa que disseram que foi forjado um livro, que foi mandado reimprimir com o custo de R$ 69 mil pelo Secretário Urbano Schmitt. O processo foi montado após a execução do livro, e o Secretário continua lá. Eu não vi o Prefeito, uma única vez, dizer que vai tomar uma atitude contra o Secretário Urbano Schmitt!

Quanto ao Secretário Busatto, também nessa CPI, já foi dito que a sua atual companheira, Miriam, que virá depor amanhã na CPI, recebeu R$ 1,2 milhão da empresa Procempa. Foi dito aqui pelo Sr. Matusalém, o gerente logístico, que os processos eram feitos depois da contratação. Ela era contratada, e o processo era feito depois. E o Prefeito Municipal, qual é a atitude que ele vai tomar com o Secretário Busatto?

Com o Secretário da Fazenda, a mesma coisa: comprou um sistema chamado SIAT, que não funciona. O Ministério Público está investigando, e nada é feito! Nós aguardamos uma atitude do Prefeito Municipal em relação a esses Secretários. Não dá mais, Ver. Dr. Thiago, Presidente desta Casa; o Sr. Casartelli, de novo, foi citado na CPI; é citado todos os dias nos meios de comunicação; é citado pelos Vereadores – até quando o Prefeito vai aceitar posições como essas dos seus Secretários? Nós exigimos que o Prefeito Municipal tome uma atitude, porque uma atitude do Prefeito é uma atitude por toda a cidade de Porto Alegre. Prefeito, está na hora de o senhor assumir essa cadeira e começar a tomar atitudes contra os seus Secretários. Má gestão, corrupção, não dá mais!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu até achei que o Ver. Brasinha viria aqui para falar bem em seguida. Eu achei até interessante o Ver. Mauro Pinheiro reclamando do Secretário da Saúde, mas o PT está quase de joelhos pedindo para o PTB ser vice-governador, e ele quer destituir o Secretário da Saúde do Município, aqui do PTB, também. Não estou entendendo muito isso!

Também não estou entendendo, Ver. Mauro Pinheiro – ou até estou entendendo –, as denúncias que V. Exa. faz. E eu acho que as denúncias têm que ser embasadas, embasamento que considero que o senhor tenha sobre algumas delas, mas tem que olhar para o seu próprio rabo. E eu trago aqui o Diário Oficial! Está no Diário Oficial! Por exemplo, a calçada do Colégio Parobé custou em torno de R$ 3 milhões. Eu até gostaria de perguntar lá para o nosso Procurador-Geral de Contas, o Dr. Da Camino, se ele fiscaliza também as obras do Estado ou se são só as do Município. Tem aqui o nome das empresas com contratos acima de R$ 200 mil. Trinta e uma empresas têm contrato de R$ 51.379.903,00, todas sem licitação. Todas sem licitação! Está no Diário Oficial, não precisa eu citar o nome de nenhuma, é só ler no Diário Oficial – todas sem licitação! Agora, existem outras muito maiores que eu até fico com vergonha de citar, de tão grande que é o montante de dinheiro.

Então, Ver. Mauro Pinheiro, eu acho que nós temos que dar uma olhadinha lá no Piratini, porque lá o rolo é grande! Sem licitação! Sem licitação! E está no Diário Oficial. É desvio institucionalizado, Ver.ª Sofia, escrito no Diário Oficial! E eu sei, Ver. Kopittke, que V. Exa. está muito preocupado com esse assunto – quero fazer justiça aqui ao Ver. Alberto Kopittke – e já foi dar uma olhadinha nisso. Espero que todos olhem para isso! A coisa que está acontecendo lá no Piratini é muito séria. É parecida quase com o mensalão, ou pior! É o “mensalinho” do Piratini. Só que não precisa investigar, é só olhar o Diário Oficial. Olhem o Diário Oficial, leiam os nomes das empresas – tem até empresa com nome de vereador por aí; vereador duma cidade da Grande Porto Alegre.

Então, vamos olhar bem isso, vamos investigar, Ver. Mauro Pinheiro – quem sabe, V. Exa., que é especializado em CPI, ajuda a fazer uma investigação lá no Piratini também? –, para ver por que essas empresas ganham esses contratos assim, de pai para filho, sem licitação.

Eu acho que nós temos que começar a olhar aquela fábula do macaco, que fica olhando para o rabo dos outros, sentado no meio do caminho; vem aquela carroça e passa por cima do rabo dele, e ele perde o rabo. Ver. Mauro Pinheiro, tome cuidado com os seus próprios rabos! Vamos cuidar do rabo, acho que todos podemos cuidar do nosso rabo antes de cuidar do rabo do vizinho, que tem que ser cuidado, sim! O dinheiro público tem que ser cuidado. Eu sempre digo: ladrão é ladrão, tem que ser perseguido onde quer que esteja. Ou, pelo menos, se o cara se enganou nessas licitações, porque pode ter havido um engano, pode ser que não seja malversação, mas é muito engano: são 31 empresas com R$ 51 milhões sem licitação. É muito engano, todos vindos do Piratini. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Estão suspensos os trabalhos para que seja feita a Reunião Conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h37min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 17h53min): Estão reabertos os trabalhos. Quero lembrar ao público que nos acompanha que, apesar de ter me manifestado, não tenho voto na Reunião Conjunta das Comissões até o dia 2 de janeiro.

Convido os Srs. Líderes para se aproximarem da Mesa dos trabalhos. (Pausa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Quero agradecer às lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 17h58min): Havendo quórum passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

Emenda nº 02 ao PROC. Nº 1882/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/13, de autoria da CECE e da CEDECONDH, que dispõe sobre a apresentação de artistas de rua nos logradouros públicos do Município de Porto Alegre, revoga a Lei nº 10.376, de 31 de janeiro de 2008, e dá outras providências.

 

Observação:

- renovação de votação nos termos do art. 196 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago, não pretendo usar os cinco minutos em função de uma homenagem na Câmara depois, mas eu não poderia deixar de fazer dois registros. Primeiro, dos artistas que estão presentes aqui conosco, o Sated, Companhia de Artes, Povo da Rua, enfim, representando um grupo de artistas que construiu esta lei junto com a CECE e a CEDECONDH. Esta lei foi construída durante o ano inteiro, a partir de um Grupo de Trabalho que se reuniu com a premissa de, na legislação, garantir com que houvesse a arte de rua, que houvesse respeito aos artistas em qualquer espaço da nossa Cidade. Apesar de estar garantido na Constituição esse direito, os governos, e muitas vezes as polícias, têm outro entendimento, porque nós tivemos vários artistas criminalizados, presos, em função de fazer arte de rua. Inclusive, venho encaminhar, já falei para a Ver.ª Lourdes Sprenger a minha opinião, logo quando votamos a Emenda, inclusive um dos grupos que foi preso, o Cambada Levanta a Favela, foi preso com o suposto argumento de que a peça teria conteúdo perversivo. Isso é um risco enorme do ponto de vista da liberdade de expressão e da cultura artística no sentido de que nós não podemos ter uma legislação que ao mesmo tempo em que garante a arte de rua, coloca de uma maneira ampla e subjetiva uma restrição, e a Ver.ª Lourdes sabe do nosso comprometimento e da nossa luta contra os maus-tratos aos animais. Quem nos conhece sabe da nossa luta de combate à violência contra a mulher, quem nos conhece sabe da nossa luta contra o racismo. Mas eu não poderia, Ver. Delegado Cleiton, votar uma emenda, por exemplo, que falasse em violação aos direitos humanos e que pudesse induzir a proibir o Negrinho do Pastoreio de se apresentar na Redenção! São critérios ambíguos e por isso eu sugeri, muito respeitosamente, conhecendo o trabalho da Vereadora, a retirada da emenda deste projeto e que se pudesse pensar e discutir esse assunto, até porque, se tu tens uma peça, uma atividade cultural, uma atividade artística que faz uma apologia, por exemplo, ao neonazismo, cabe a todos nós denunciar isso ao Ministério Público, denunciar isso à polícia, falar que existe a tentativa ideológica de impor uma violência, etc., etc.

Eu acho que, em uma lei geral, nós não podemos não só dar espaço para ambiguidade como tratar casos específicos. Eu sei que tem alguns casos que incomodam os protetores, etc., e eu não quero entrar nessa polêmica, ainda que se possa discutir a arte, o conteúdo da arte, pode-se discutir as peças de Molière e onde determinadas esquetes artísticas são inspiradas, eu não quero fazer esse debate, eu acho que os artistas fizeram esse debate durante um ano e não cabe a nós, agora, mudar um projeto de lei construído com os artistas da nossa Cidade.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Séfora Mota está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

A SRA. SÉFORA MOTA: Boa-tarde a todas e a todos, primeiro eu quero esclarecer algumas coisas que estão sendo divulgadas a meu respeito no Facebook e que são inverdades. Realmente, na segunda-feira, eu votei não à Emenda da Ver.ª Lourdes, porque se estava tratando da livre manifestação e do incentivo. Eu admiro os artistas e acho que quem nasceu artista deveria sobreviver da sua arte pura e simples, porque isso é um dom. Eu sempre estarei favorável a todas as manifestações e acho que vocês têm todo o direito de estar aqui reivindicando. Quero dizer também que nem votei o projeto sobre os fogos de artifício. Eu não estava nesta Casa; eu estava viajando. E foi divulgado que eu sou agora contra bichos e que eu não amo bichos. As pessoas que me conhecem sabem que eu tenho animais. Eu adoro os animais, mas acho que nós precisamos de um pouquinho de bom senso nos nossos posicionamentos. Eu sou uma pessoa que utiliza muito isso. Sou bastante julgada, mas não tem problema; o que é fácil não me interessa, o que é fácil não me conquista. E é assim mesmo: é com verdade e com clareza que eu me manifesto bem pouco nesta tribuna, porque eu só falo quando eu realmente vejo necessidade de me expressar, e essa é uma oportunidade para falar.

Com relação aos animais, eu também sou parceira da causa animal, eu defendo os animais. Eu acredito no trabalho dessas protetoras, eu sei o quanto elas se doam por essa causa e quanto preconceito sofrem, o mesmo que vocês. Então, aqui nesta Casa, muitas vezes, a gente tem que tomar algumas decisões e votar de uma maneira que vai desagradar um ou outro. Porque infelizmente é assim: você faz sempre o bem, mas o dia em que você não faz tudo aquilo, você é inteiro errado. Mas não tem problema. Continuem com as manifestações no Facebook e continuem colocando as minhas fotos e dizendo o que quiserem, que, cada vez que eu me sentir injustiçada, eu me manifestarei. Eu também me decepcionei com a maneira como fui tratada, mas continuo junto com os defensores e as protetoras dos direitos dos animais. E eu não me dobro por nada, eu me dobro pela minha consciência.

Quanto à questão do homem do gato, na primeira vez que eu o vi, a minha atitude foi pegar o pau e dar nele. Eu falei: não bate no gato, que eu vou te dar! E, quando eu era criança, eu cresci cantando “Atirei o pau no gato”, mas nunca bati neles. Sempre tive na minha casa um monte de animais. Está o meu pai ali no meu gabinete que pode dizer o quanto de bichinho a gente tinha em casa. Então não me julguem sem me conhecer. Eu vou votar, sim, vou dar o mesmo voto que eu dei na segunda-feira, porque, no momento em que eu votei, foi um momento em que estávamos discutindo essa liberdade que vocês precisam para trabalhar, para mostrar a cultura e para divulgar. E vou pedir, de novo, ao homem do gato: não bata no gato, o gatinho é nosso amigo. Vamos mudar, mas vamos ponderar as coisas; não é tudo a ferro e fogo, não é assim que a gente tem que tocar as coisas. Hoje em dia existe uma intolerância muito grande, e essa intolerância eu não pratico na minha vida. Eu pratico na minha vida a minha liberdade e respeito a todos, a qualquer um. E é isto que eu vou dizer a vocês: eu vou votar por conta disso. Agora, a questão do homem do gato, eu acho que ele deve, realmente, repensar essa maneira, já que elas estão dizendo – eu não sou daqui, fez cinco anos ontem que eu estou aqui neste Estado maravilhoso, nesta Cidade linda, hoje sou porto-alegrense também – que ele já nem bate mais no gato, que ele imita. Eu acho que não é bem assim. Eu fui criada com cantigas antigas e, mesmo assim, nunca pratiquei violência contra ninguém, nem a um animal. Muito obrigada pela atenção de vocês.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa-tarde, mais uma vez, eu também, Ver.ª Séfora, ocupo pouco esta tribuna, mas hoje estou tendo que ocupá-la também, em nome da Bancada – conversei antes com a Ver.ª Lourdes –, porque acho que este pode ser um momento para termos um crescimento coletivo, a partir de um caso. Agora, eu aprendi que as leis não são feitas para um caso, as leis são genéricas, são abstratas, são para todos. E aqui o que está comandando, Ver.ª Lourdes, nessa emenda, infelizmente, é um caso. Não há nenhum outro exemplo, inclusive, trazido aqui. Não têm dois exemplos, tem um só.

Então, eu começaria dizendo o seguinte: eu acho que o que mais dói no debate é quando o fogo amigo pega. E, neste caso aqui, por eu me colocar à disposição dessa luta, que eu entendo que é civilizatória, a pessoa que bate no animal, bate no filho depois. E isto é constatado: nos lugares em que há violência doméstica, os animais também são agredidos.

Agora, aqui não é um problema de legislação. Então, temos aqui uma lei que trata da liberdade de expressão artística e, agora, temos uma emenda que diz que não podemos fazer apologia à violência aos animais. Bom, então, se nós seguirmos nessa lógica, teríamos de fazer uma outra que diga que também não se pode fazer apologia ao crime da violência sexual infantil, aos obesos – o Ver. Janta está me colocando aqui –, ao tráfico de órgãos. Enfim, teríamos de colocar emendas a esse projeto levando em consideração todo o Código Penal e todas as leis penais que dizem que não se pode fazer apologia à nada.

Com todo o respeito, a nossa subemenda, que tomara que não precise ser votada – e, provavelmente, não será –, diz que excetua-se desse dispositivo a mera imitação aos animais. E diria mais: e se o artista quiser fazer um ato de violência para mostrar que aquilo é errado e inclusive transmitir a mensagem correta?

Então, nós entramos num lamaçal aqui ao aprovarmos essa emenda.

A subemenda, Ver. Garcia, é justamente esta: exclui desse dispositivo que a emenda diz, qual seja, que não pode mais fazer apologia à violência com os animais, as situações que constituam mera imitação de sons de animais e humanos. Então, vejam como a gente faz, literalmente, uma costura que fica malfeita, aí temos uma outra costura para arrumar aquela costura, e, aí, nós nos perdemos num lamaçal, que não precisaríamos entrar.

Então, acho que, aqui, estamos tratando de um caso, e, se é de um caso que estamos tratando, então, esse caso precisa ser denunciado ao Ministério Público. Se esse caso já foi denunciado, e até comentei isso com a Ver.ª Lourdes, e o Ministério Público abriu expediente e o arquivou por falta de tipificação legal, bom, aí, talvez, fosse o caso de falarmos. Mas aí, Ver. Nereu, não é na esfera municipal, no legislativo municipal, e, sim, na esfera federal.

Então, não tenho como ver... E, vejam, está falando, aqui, quem propõe lei, quem tem uma lei sobre transporte de animais em ônibus. E também votei contra a lei dos fogos de artifício, pela questão animal, mas, também, pela questão humana. Acho que fogos não deveriam mais existir na nossa Cidade. Trato também, junto com a Ver.ª Lourdes, da criação de uma Delegacia de Proteção aos Direitos dos Animais junto à Secretaria de Segurança do Estado.

Então, aos protetores de animais que possam estar me ouvindo, e as pessoas que têm sensibilidade pela causa, tenham em nós, e no nosso mandato, um aliado, mas um aliado para os bons debates e não para criar os que falsamente são contra ou os a favor dos animais. Esse tipo de debate reducionista e simplista nos leva a perda de capital e de crescimento de capital social.

E até estou convidando os artistas para que façam esse debate nas redes, mostrem isso. Ontem, por exemplo, eu aprendi que diversão é diferente de entretenimento. Diversão tem a ideia de divergir mesmo. Está aí mais um aprendizado de ontem, acho que é um momento rico, inclusive, para conquistar o público dos protetores dos animais, inclusive, para entender a livre expressão artística e cultural. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quem convive comigo sabe que eu sou contra a violência, que eu sou a favor de toda a arte, mesmo porque tenho especialização em arte e antiguidades, portanto preservo muito isso.

Não estou contra uma categoria de artistas, votaria a favor, ontem, do projeto, mas não votei porque tinha acordado uma emenda com a autora do projeto. E apresentaram uma subemenda, sem o meu conhecimento, aqui na frente, que anula a minha emenda. Não considerei isso um ato transparente; nós, Vereadores, devemos saber conviver, mesmo sendo oposição e situação. Não retiro a minha emenda, sou contra a violência, e a minha emenda é uma prevenção à violência, e quem não deve não teme. Quem faz a boa arte não é contra a minha emenda, porque uma boa arte educa, leva ao bem-estar tanto de humanos como de animais, e nós tivemos 3.505 solicitações de atendimento por maus tratos na Prefeitura, que conseguiu atender somente 41% delas. São maus tratos todos os dias, e quem maltrata o humano, maltrata um animal, e esta vai ser sempre a minha defesa, tanto aqui na Câmara, onde estou Vereadora, como fora daqui. Portanto, eu defendo a minha emenda como a prevenção da violência, porque não é possível que a boa arte vá matar um bicho, fazer um bicho sofrer e mostrar a população e as crianças que isso é natural para vender apitinhos nos parques de Porto Alegre. Eu acho que temos que ter, sim, a arte de rua, a arte qualificada, a arte patrocinada para os artistas de rua, mas sou contra a arte e a violência, porque isso não educa, isso traz maus tratos, e quem maltrata um animal, maltrata a família, maltrata o humano. Nós temos pesquisas americanas que afirmam que todo o serial killer começou furando o olho de animal, queimando animal, esfaqueando, e esta é a minha defesa, esta é a minha causa e eu vou até o fim do meu mandato defendendo o fim dos maus tratos. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários desta Casa, senhores que nos assistem aqui e pela TV Câmara, antes de qualquer coisa, eu vou dizer para o Marcelo Sgarbossa que eu vou me lembrar, no momento da votação, do cigarro. Acho também que nós temos, então, de proibir carros – aí vou atrás do que o Janta estava falando –, bebidas, etc., mas não é por aí. Eu, que sou operador do direito, tenho um respeito muito grande pela minha colega Lourdes, sei do seu trabalho em torno das demandas de violência contra os animais, assim como sei das inúmeras ocorrências desse tipo de violência, e sei também que a violência contra os animais gera, sim, violência contra os filhos e parentes; mas aqui nós estamos tratando de um sentimento maior, e, como disse o Marcelo, nós estamos legislando, na verdade, contra uma pessoa. E, como disse, também, a Séfora, é importante que se crie um entendimento junto ao Homem do Gato, para que evite algumas cenas que possam chocar – a mim, nunca chocou. E eu até fico pensando no politicamente correto. Será que, às vezes, o politicamente correto não se torna o politicamente chato? Eu, com 50 anos, ouvi a minha infância inteira a música "Atirei o pau no gato", e isso nunca me fez bandido contra os animais. Daqui alguns dias, vamos estar aqui votando sobre proibir o João da Folha de tocar a sua folhinha e o seu violão ali na Rua da Praia, porque, de repente, vai atingir alguma árvore.

Então, senhores, eu acho que nós já tivemos um período muito grande em que não poderíamos nos manifestar de uma forma livre. Na outra vez que estive aqui, coloquei que os artistas de rua são vetores para que a arte seja levada ao público mais carente, àqueles que não têm acesso à cultura, à arte, aos movimentos artísticos. Eu venho aqui, a esta tribuna, com o maior respeito, falar pelos artistas. Sei que Ver.ª Lourdes é uma lutadora e que tem uma causa na qual tem centrado os seus maiores esforços. E não foi à toa que ela subiu aqui, desta vez, colocando, do fundo de sua alma, o que ela gostaria que estivesse na lei. Mas eu acho que este não é o momento. Acho que temos que abrir o leque para que todas as manifestações atinjam o povo, porque o artista tem que estar onde o povo está, para que atinja livremente a arte, para que possa falar do Negrinho do Pastoreio, para que possa falar do “Atirei o pau no gato”, para que o João da Folha possa arrancar a sua folhinha que, muitas vezes, é o seu ganha-pão, e vá tocar na Rua da Praia, junto com o seu violão. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

A SRA. ANY ORTIZ: Muito obrigada, senhoras e senhores. Eu venho aqui e fiz questão de trazer junto a Emenda, porque eu tive uma grande sorte nesta vida, que foi poder estar junto com os artistas, poder estar junto com pessoas que fazem teatro, poder fazer teatro e estudar essa arte milenar que imita a vida, não mais do que isso.

E quando é apresentada uma emenda para proibir espetáculos que contenham apologia ao crime ou à violência a animais ou a humanos, a gente está criando aqui uma limitação na arte, sendo que esta não tem limites, ela é justamente para expressar, muitas vezes, o que a pessoa comum, o cidadão comum não consegue expressar, e não só de violência, mas de todas as outras coisas boas que vêm da arte.

Eu admiro muito – como falou o Ver. Delegado Cleiton – o trabalho que a Lourdes faz em relação aos animais, é uma causa muito justa, é uma causa nobre na qual eu também me incluo. Mas eu não quero falar do cara do gato, do saco, do Negrinho do Pastoreio – a lei não é para um, ela é para todos. Uma boa lei deve perdurar para sempre. E eu não quero aqui votar por uma emenda que vai estar dentro de uma boa lei, que vai perdurar para sempre, sem saber quem vai fazer essa fiscalização; sem saber quem vai fazer aqui a avaliação da censura que a gente estará colocando; quem vai dizer se aquilo é violência, se aquilo não é violência; se a gente vai estar educando, mostrando algo que acontece. Outro dia, eu vi na televisão uma propaganda que falava sobre estágios, uma propaganda do Governo Federal, que, no começo, mostrava um cara dando um soco no rosto de uma mulher, e aí eu parei para ver do que eles estavam falando. Muitas vezes, a gente tem que mostrar a violência para se fazer refletir sobre o que acontece com aquilo. Acho que esconder a realidade não é a maneira certa. Por isso o Nelson Rodrigues chocou muita gente, porque ele mostrou a realidade, ele mostrou do que o ser humano é capaz. (Palmas.) E, até hoje, as suas peças estão aí para quem quiser ver e entender um pouco mais sobre o que é o ser humano, que é capaz de fazer muitas coisas boas, mas também, Lourdes, é capaz de maltratar um animal, de explodir um animal; ou, como o Instituto Royal, capaz de arrancar o olho de um animal vivo por conta de experiências para medicamentos, ou para cosméticos, o que é muito pior.

Eu não posso votar a favor desta emenda tendo uma restrição que será imposta por pessoas que não estão capacitadas nem estão aptas a entender, muitas vezes, as mensagens que a arte quer passar, que pode ser uma mensagem subliminar, que não está ali exposta e que não é simplesmente por um... Eu não vou citar aqui, porque eu disse, no começo, que não ia falar de uma pessoa, mas de qualquer pessoa que instigue ou que possa querer parecer que está fazendo uma apologia a qualquer tipo de violência. Existem, sim, pessoas que fazem arte com esse intuito, e não só da violência contra animais, mas da violência contra crianças, da apologia ao uso de drogas, da apologia à violência contra a mulher. Eu digo aqui que colocar esse tipo de censura é muito perigoso, porque a gente não sabe o quão preparado qualquer tipo de pessoa, qualquer tipo de fiscal está para decidir se aquilo é ou não é uma apologia, uma violência.

Voto contra essa emenda, sou a favor do projeto, sou a favor dos artistas de rua ou de qualquer tipo de artista que queira expressar sua arte e deve expressar a sua arte, porque a arte é fundamental para nossa cultura, para nossa Cidade, para nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; realmente, eu acho que votei errado na última Sessão, porque já demos boas risadas agora com os nossos artistas de rua. Eu votei porque eu achava que era exclusivo para os animais. Aí começaram a falar em Negrinho do Pastoreio, Mula sem Cabeça, aí me lembrei de uma canção que eu cantava quando era criança: “marcha soldado, cabeça de papel”, hoje a gente não poderia cantar isso. Hoje nós não poderíamos sequer apreciar a obra do Monteiro Lobato, o Sítio do Picapau Amarelo, porque é completamente... sei lá, porque tem de tudo ali: Saci-Pererê, boneca que fala, porquinho Rabicó e por aí afora. Então, eu quero dizer para a Ver.ª Lourdes que eu sou um defensor dos animais, tenho animais em casa. Até mexi ali com os colegas, dizendo que mulher que bate num cachorro, em seguida, está batendo no marido, ainda falamos nisso.

Venho a esta tribuna para dizer que a nossa bancada dos independentes – eu e o Ver. Bernardino – está mudando o voto. Estamos votando contrariamente à Emenda da Ver.ª Lourdes por entendermos que, realmente, a manifestação popular tem que prevalecer, seja tirando sarro dos gordos, dos carecas, dos altos, dos baixos, dos cabeludos.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Delegado Cleiton.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: “Olha o bullying!, está dizendo o Delegado Cleiton! Entendemos que esta Casa exerceu o seu papel democrático; o que a Ver.ª Lourdes queria, ela atingiu. Nós estamos discutindo aqui os maus-tratos aos animais, o que tem que ser, realmente, banido da sociedade de Porto Alegre. Nós temos que preservar os animais, quem pega um bicho tem que cuidar e dar carinho a esse bicho. Jamais, tenho certeza, todos nós aqui nesta Câmara, os artistas, a população de Porto Alegre vamos admitir qualquer espetáculo que machuque um animal, que use um animal para tentar atrair público. Então, com força e fé, nós vamos votar junto com os artistas de rua. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.

 

 A SRA. JUSSARA CONY: Não, não adianta, senhores, fazer sinais. Eu estou inscrita em nome da Bancada do PCdoB e, democraticamente, vou usar meu tempo. (Palmas.) Estou inscrita há muito tempo. Nós temos tempo ainda, a outra sessão começa às 19h, e esse é um assunto de extremo interesse para a cidade de Porto Alegre.

Eu quero, antes de mais nada, dizer que eu tenho o maior respeito pelas atividades da colega Lourdes de defesa dos animais, nós trabalhamos juntas na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Mas, ao mesmo tempo, eu quero dizer...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Airto Ferronato.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: O Líder do Governo, meu querido colega Ferronato, pede que fale eu seu nome, eu o farei, com muito prazer. Mas, ao mesmo tempo, eu quero trazer solidariedade à minha colega Séfora, porque a minha solidariedade a ti, Séfora, é exatamente a solidariedade de quem tem posição e a mantém. Ter posição e mantê-la, assim como votar, às vezes, porque não entendeu, e vir aqui, como o Janta fez, dizendo que vai mudar o seu voto, isso tem que ter a nossa solidariedade, porque é na discussão, é na luta, é no trabalho, é na conversa que nós avançamos. Isso é democracia, e a gente não pode deixar retroceder o que todos nós conquistamos. Eu acho que um pouco do que está aqui é um projeto de concepção de vida que, na realidade, é um projeto de concepção da Cidade na sua grande dimensão, nas variadas dimensões de uma cidade. A arte, para mim, é a mais interativa manifestação da vida, porque ela expressa a vida; ela nem imita, ela expressa a vida, e, por isso, não é possível limitá-la, porque limitando a arte que expressa a vida, nós estamos limitando a vida, a nossa vida. (Palmas.) A liberdade de expressão é algo inerente ao ser humano, e, sem ela, nós não teremos avanços; pelo contrário, nós teremos retrocessos. (Palmas.) Nós aprovamos uma lei – aqui é muito importante – que é fruto da unidade e do respeito à arte e à cultura. Isso foi um processo histórico nesta Câmara, porque ela vem sendo construída na resistência, inclusive, a manifestações de gestão contrária à manifestação maior, que é essa expressão da arte. Então, é um processo histórico do mundo, porque muitas vezes as pessoas são oprimidas por expor na sua arte a opressão de toda a sociedade. Eu acho que essa é uma questão de fundo, porque a arte expõe aquela opressão que toda a sociedade sofre, e é isso que nós queremos superar. Nós mantemos o nosso voto; sem dúvida, foi um voto absolutamente consciente, naquela mistura de razão e emoção, porque nós somos isso, a humanidade é isso, o ser humano é isso. Nós já conversamos, eu falei para a Ver.ª Lourdes que manteria o nosso voto. Não são, senhores, as manifestações artísticas que induzem comportamentos de violência, pelo contrário, é a sociedade que por si só é violenta, porque é uma sociedade de classes. Vocês sabem disso: uma coisa é a arte de rua, outra coisa são os grandes espetáculos! Aí está a manifestação de uma sociedade de classe e as suas mais variadas formas de violência e opressão, porque para se manter essa sociedade, ela tem que oprimir as mulheres, os negros, os artistas, aqueles que se rebelam para passar a um outro patamar dessa sociedade. Eu disse na Sessão histórica que eu gostaria de viver em uma sociedade em que não se precisasse de lei para garantir da forma mais elevada de expressão da vida em toda a sua dimensão, que é a arte, expressão por si só da liberdade! Porque quando tu és expressão da vida, tu és expressão da liberdade. Então, esta Lei não é uma lei só para os artistas, é uma lei dos artistas para uma Cidade, gente!

 

(Manifestação das galerias.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Uma Cidade mais democrática, a arte não faz apologia nem antagoniza a vida, nem nas suas dimensões históricas, nem nas suas dimensões humanas, nem na dimensão dos animais, nem na dimensão da biodiversidade – que no nosso Brasil seja a mais linda forma de expressão do mundo. Ela mostra a vida para transformar em um patamar mais elevado, a arte é uma forma de enfrentamento à violência e à construção da paz. Agora, não a paz dos cemitérios; a paz de quem quer transformar! Por isso mantemos o nosso voto! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(Manifestação das galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13. (Pausa.)...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, está em votação exclusivamente a Emenda nº 02?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Isso.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Lê a Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.) É isso que estamos votando?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): É isso mesmo. É isso que estamos votando.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Exclusivamente isso?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Exclusivamente isso.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O resto tudo que foi dito na tribuna não tem nada a ver?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu lerei a Emenda. (Lê a Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13.)

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol e outros Vereadores, a Emenda nº 02 ao PLL nº 200/13. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 8 votos SIM e 18 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para a leitura da sua Declaração de Voto.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: (Lê.): “Como membro da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, fui uma das autoras do projeto que dispõe sobre apresentação de artistas de rua nos logradouros públicos do Município de Porto Alegre – PLL nº 200/13. Valorizo as apresentações artísticas que promovem a arte e a cultura e ocupam espaços para o bem, mas não poderia votar contra a emenda que veda o espetáculo que contenha apologia ao crime e à violência porque seria votar contra a minha trajetória política.” Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para uma declaração de voto.

 

O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, votei não e justifico, por tratar a emenda, na minha concepção, uma excepcionalidade ao todo do projeto. Portanto, quero deixar, também, o meu registro e parabéns aos artistas que aqui estão.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo a Emenda nº 01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, ao PLE nº 046/13.

Apregoo Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLE nº 046/13 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo a Emenda nº 03, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, ao PLCE nº 020/13.

Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCE nº 020/13 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Derly e da Ver.ª Jussara Cony, solicitando retirada de tramitação do PLL nº 299/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente, em meu nome e no da Ver.ª Jussara Cony, gostaria de dizer que fizemos um acordo hoje, juntamente com o Vice-Prefeito, com o Líder do Governo, Ver. Airto Ferronato, do qual participou também o Secretário Luciano Marcantônio, no sentido de pedirmos o arquivamento do PLL nº 299/13, porque nós acordamos de fazer um projeto de indicação, que já está protocolado, para que depois possa ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereador.

Em votação o Requerimento de autoria deste Vereador, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLCE nº 012/13. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo a Emenda nº 039, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLE nº 008/13.

Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLL nº 018/13.

Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLL nº 018/13.

Apregoo a Emenda nº 09, de autoria do Ver. João Derly e da Ver.ª Jussara Cony, ao PLCE nº 012/13.

Apregoo a Emenda nº 07, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLCE nº 012/13.

Apregoo Emenda nº 08, de autoria do Ver. João Derly e da Ver.ª Jussara Cony, ao PLCE nº 012/13.

Apregoo a Emenda nº 03, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, ao PLCE nº 010/13.

Apregoo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 028, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, ao PLE nº 008/13.

Todos esses processos estão sob o art. 81 e não há necessidade de requerimento dispensa de envio às comissões.

Dou as boas-vindas aos nossos importantes e fundamentais líderes comunitários que se encontram aqui já para o nosso ato solene de logo mais, às 19h. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h43min.)

 

* * * * *